Embora a taxa Selic tenha diminuído, as taxas de financiamento imobiliário no Brasil ainda não registraram queda significativa. Isso ocorre devido à cautela das instituições financeiras, que aguardam estabilização das taxas de juros no longo prazo antes de ajustarem as suas próprias taxas. Especialistas preveem que as taxas de financiamento imobiliário podem começar a cair ainda este ano, impulsionadas pela concorrência entre bancos e pela continuidade na redução da Selic.
O mercado imobiliário ainda enfrenta desafios, como a diminuição dos recursos da poupança, tradicionalmente usada para financiamentos da casa própria. Isso tem levado os bancos a buscar alternativas mais caras de captação, o que pode retardar a queda das taxas de financiamento. A poupança perde espaço para outros instrumentos como LCI e CRI, que, apesar de oferecerem isenção fiscal, têm custo maior para os bancos.
"Nos próximos 12 meses, esperamos uma tendência de moderada redução nas taxas de financiamento imobiliário, seguindo a trajetória da Selic. Embora haja uma defasagem natural na resposta do mercado, a competição entre os bancos e a necessidade de estimular o setor imobiliário deverão incentivar ajustes nas taxas oferecidas aos consumidores. No entanto, a volatilidade econômica global e a política fiscal interna poderão moderar essa queda, fazendo com que as reduções sejam graduais e mais conservadoras do que o mercado pode antecipar." Ricardo Rosa, especialista em investimentos imobiliários.
A perspectiva de queda nas taxas é uma notícia positiva para quem deseja financiar a compra de imóveis. No entanto, é essencial considerar o Custo Efetivo Total (CET) do financiamento, que inclui taxas, seguros obrigatórios e tarifas, para avaliar a verdadeira economia. Comprar um imóvel ainda pode ser um bom investimento, especialmente se a valorização do imóvel superar a remuneração de outras aplicações, como o FGTS.